LATAS ESTUFADAS:
causas químicas ou
causa microbianas?
Acenda um fósforo e o coloque bem
próximo a um furinho
que será feito na tampa da lata
estufada. O que acontecerá ?
O “sopro”, que virá de dentro da
lata, talvez apague o fósforo.
Mas talvez, pelo contrário, forme
uma chama. Isso dependerá
da causa do estufamento.
Na lata amassada, o revestimento
interno pode se partir. E a
acidez do alimento provocará
corrosão e liberação de hidrogênio,
causando estufamento de causa
“química”. Teremos a chama.
Mas pode não ter havido corrosão,
nem liberação de hidrogênio,
e sim desenvolvimento de bactérias,
provavelmente micrococos
que entraram na lata durante o
processo imperfeito de fechamento.
Um esfregaço em lâmina, uma
coloração de Gram e uma espiada
no microscópio comprovarão essa
hipótese. E que essas bactérias
produzem gás carbônico que, ao sair
da lata, apagará o fósforo.
Outra hipótese seria o
desenvolvimento da bactéria Clostridium
botulinum, que se desenvolve em alimentos de
baixa acidez, em
ausência de oxigênio, como palmito e
atum. Neste caso, além do gás,
teremos odor ruim. Em face deste
risco mortal, é que não se deve
jamais ingerir alimentos que estejam em latas
estufadas. Já em latas
amassadas, os fabricantes de
embalagens garantem que não há
qualquer risco, pois modernas
tecnologias criaram revestimentos
elásticos, que já não se partem no
amassamento e, portanto,
não facilitariam a reação do ácido
do alimento com o metal.